sexta-feira, 16 de março de 2012

"Projeto X" tem seus problemas mas deve agradar público jovem

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As últimas três décadas tiveram suas respectivas grandes séries voltadas ao público jovem, regadas a sexo e álcool. “Pork’s” para os 80, “A Vingança dos Nerds” para os 90 e “American Pie” nos 00. “Projeto X” tem uma bela chance de ganhar esse status de neocult para a segunda década do século 21. Basta que seus defeitos, que não são poucos, não incomodem seu público-alvo.

Os elementos básicos estão lá: três amigos têm um objetivo fútil: dar uma festa histórica. Óbvio que tudo dá errado e a única coisa que lhes resta, no final, é sua amizade. A desculpa para a festa é o aniversário de Thomas (Thomas Mann), cujos pais, que estão fazendo, coincidentemente, aniversário de casamento, estarão viajando. Seus melhores amigos, Costa (Oliver Cooper) e JB (Jonathan Daniel Brown), são os incentivadores e, esperam, ser os grandes beneficiados pela festa.
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O formato pega emprestado o esquemão ‘filmagens encontradas’, de “Atividade Paranormal” e “A Bruxa de Blair”, dando, para isso, uma desculpa para lá de esfarrapada. A ideia é dar impressão de ‘realidade’, reforçada pelo uso de atores estreantes ou desconhecidos. Mas pouco importa. O negócio só esquenta quando a festa começa. Vemos uma profusão de corpos jovens (censura 18 anos, ein?), bebidas e drogas em constante interação, com bastante música eletrônica e hip hop.

É aí que as coisas começam a ficar meio chatas. A festa fica animada e, para demonstrar isso, entra uma montagem no melhor estilo ‘gangsta clipe’ (com toques de humor juvenil). Algo dá errado, Thomas fica preocupado e quer acabar com a festa. Costa o convence do contrário (o argumento envolve mais álcool ou mulheres ou drogas) e corta para mais um ‘gangsta clipe’. Claro que as coisas vão dando mais e mais errado e saindo mais e mais do controle e, claro, mais irreversíveis.
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Falta, em determinado ponto, os culhões do personagem de Tom Cruise, em situação semelhante, em “Negócio Arriscado”. Quando ele diz “que se dane”, na tradução politicamente correta, é com compromisso. Ele não se arrepende depois, quando o álcool no sangue começa a cair. Coisa para poucos, mesmo na ficção.

Ainda assim, é a celebração da inconsequência e potencial juvenil. Não há lição a ser aprendida, nem limites para o quanto pode haver de diversão no mundo. Em determinado ponto, ouve-se policiais dizendo que só conseguirão invadir quando a festa acabar, porque eles não dariam conta de conter a bagunça. Acaba como uma espécie de Ocupe o Bairro, mas sem nenhum motivo aparente.
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Ajuda um pouco a manter o ritmo do filme o carisma dos personagens. Mal comparando, é como se Thomas fosse uma versão atualizada do personagem de Michael Cera em “Superbad - É hoje”, enquanto o de Jonah Hill fosse dividido em dois, o falastrão Costa e o gordinho JB. Para que procurar inovar, quando há fórmulas devidamente testadas e aprovadas pelo público, né?

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