domingo, 11 de março de 2012

Candy Candy

Candy Candy
Produção: Toei Animation, 1976
Episódios: 115 p/ tv
Criação: Kyoko Mizuki e Yumiko Ygarashi
Exibição no Japão: NET/Asahi (01/10/1976-02/02/1979)
Exibição no Brasil: Record
Mangá: Nakayoshi

Última Atualização: 29/10/2007
Candy Candy
Candice “Candy” White Ardlay (Candy Branca :P Hehehe… Só pra sacanear… :P) vive no orfanato Lar Pônei (humm.. qui mêigu!), em Michingan, Estados Unidos, em meados da primeira Guerra Mundial. Candy foi deixada na porta do orfanato juntamente com sua amiga Amy, quando ambas ainda eram bebês. As duas crescem juntas e se tornam praticamente irmãs. Mas, eis que num belo dia (isso foi só pra dramatizá =P) surge no Lar Pônei um casal podre de rico que quer adotar a pequena Candy. Mas, ela se recusa pra não deixar sua amiga sozinha, e no seu lugar Amy (que quer mesmo é se dar bem na vida) acaba sendo adotada. Viu como ela é burra? E olha que nem chegamos ao terceiro capítulo! Aí Candy chora, chora, chora e chora mais um pouco. Isso é só pra sentir o “teor” da série. Depois aparece um “príncipe encantado”, ela é finalmente adotada, é humilhada, volta ao orfanato, se apaixona por um vizinho (@_@), um monte de gente morre dramaticamente e a história vai tendo mais reviravolta que CPI do Congresso Nacional. Aí a Candy chora mais um pouco. Não tem coração que aguente tanta lágrima e sofrimento! Alguém tem um lencinho aê? :P
Atitudes nobres (e bestas) como a citada no início são constantes na série, e duvido que alguém ao assitir não fique com vontade de bater nela por fazer essas coisas pelos outros e só levar desvantagem (já vi isso em algum lugar nas noites/tardes do SBT…)
Maria do Bairro japonesa?
Essa é a primeira pergunta que alguém faz ao assistir Candy Candy pela primeira vez. E não é exagero não! Se analisarmos o anime a fundo, ele é uma perfeita novela mexicana em acetato!
Não acredita? Então vamos ao fatos: Candy vive em um orfanato (aliás, já viu que na maioria das novelas mexicanas protagonizadas por crianças as mesmas são sempre órfãs? Lembram da Chispita? “Machucôô!! Peraaaltaa!” :P), é uma garota meiga, hulmilde e ingênua (igualzinha a todas as protagonistas de todas as novelas mexicanas). Perfeitinha até não poder mais, ela passa a série toda chorando, sofrendo e sendo humilhada (hummm…. Já sei onde os cucarachos tiraram tanta ”inspiração”). E pra não dizer que estou exagerando, adivinha um dos países onde o anime fez mais sucesso? No México, pra variar! Quem acertou vai ganhar um Dynavision, que é quase um Playstation 2! =P
Por dentro da série
Em uma época onde as magical girls (séries protagonizadas por garotas que possuem poderes mágicos, como Sailor Moon) dominavam a tv japonesa, não apresentando quase nenhuma mudança de uma produção à outra, Candy Candy deu um novo fôlego ao gênero Shoujo (anime/mangá destinado à garotas), ao mostrar na tv dramas facilmente identificados pelas espectadoras. Que garota não sonha com um príncipe encantado (tem uns ” homis” que também sonham com tal príncipe, mas isso não vem ao caso ¬¬), que nunca sofreu por tentar ajudar os outros e só levar desvantagem, ou mesmo ver o seu amado com outra? A identificação com o público foi instantânea e a série em pouco tempo se tornou uma das mais assitidas da Tv Asahi (na época, NET) no período em que esteve no ar.
Enquanto exibido no Japão, Candy Candy ganhou 2 “especiais”: Candy Candy – Haru no Yobigoe, com a mesma duração de um episódio normal, e Candy Candy – Candy no Natsu Yasumi, com apenas 15 minutos de animação. Em 1992, ainda houve Candy Candy – The Movie, mas seus fabulosos 26 minutos de duração nos faz duvidar que realmente seja um “fime”. Está mais pra caça-níquel.
A história da garotinha chorona foi tão importante para o gênero shoujo que a partir dele, os animes destinados ao público feminino (mesmo que tenha um monte de marmanjos de perna cabeluda que não perdem nenhum episódio @_@) passaram a adotar alguns elementos da série, como a dramaticidade intensa (mesmo que este elemento já estivesse presente em produções como Marco e Pinochio, mas não com tanta força) e a explorar a fundo os sentimentos dos personagens.
O anime foi baseado no mangá homônimo criado por Kyoko Mizuki (a mulé que escrevia as histórias e na verdade chama-se Keiko Nagita) e Yumiko Ygarashi (que ficava com o trabalho pesado, o desenho). Mizuki chegou a afirmar em entrevistas que a personagem Candy era baseada nela mesma, pois assim como a loirinha chorona, a autora também era órfã, e estravasou seus sentimentos ao escrever o mangá. Antes da versão “oficial” que conhecemos, Mizuki escrevia e desenhava a história, mas esse trabalho nunca foi publicado. Candy só ganhou o aval da editora Kodansha após a autora unir forças à Yumiko Ygarashi para que essa cuidasse da arte. Ou seja: Mizuki não sabia desenhar direito XD. Depois do encerramento do mangá ela ainda escreveu 3 novelas fazendo uma releitura da obra original, mas sem a participação da “amiga” desenhista.
“Amigas” entre aspas pois as duas até hoje não se bicam e vivem na justiça brigando pelos direitos da série. Acontece que Mizuki se considerava a autora da obra (pois escrevia) e Yumiko (que ficou com a maioria dos lucros) se dizia ser a “dona” da pesonagem, pois o traço era dela. Algo parecido com o que ocorreu com Patrulha Estelar (Leiji x Nishizaki).
A côrte decidiu que ambas eram as donas da personagem, mas Yumiko teria que pedir permissão à Mizuki sempre que fosse utilizar Candy comercialmente. Só que a coisa não ficou por aí: Yumiko ainda processou a Toei, e foi novamente processada pela “amiga”! Essas duas, sei não… Devido às constantes brigas das duas, os direitos do anime ficaram “congelados”, ou seja, pararam a venda para outros países. O resultado disso é que dezenas de emissoras ao redor do mundo começaram a reprisar o anime de forma pirata! Ou seja: se não conseguem os direitos legalmente, tasca pirataria!
A história começou a ser publicada na revista Nakayoshi (Sailor Moon, A Princesa e o Cavaleiro, Rayearht, Sakura e trocentas outras séries destinadas – teoricamente – às garotas) em 1975, e teve um total de 9 volumes encadernados. Curiosamente, em 1977, o mangá ganhou o Kodansha Manga Award, onde a editora premia o melhor mangá shoujo do ano.
O mangá chegou a ser lançado em vários países europeus, com destaque para a Itália. Lá eles não gostaram nem um pouquinho do final da série (que é muuuuito triste, pra variar…) e resolveram continuar o mangá por conta própria @_@. Imagina se a moda pega… Eu particularmente faria com que a Candy achasse um pinguin falante que daria a ela um cetro mágico que a transformaria numa guerreira da justiça que depois é enviada pra Zephir e… @_@… Descurpa… Me empolguei :P.
Depois da Europa, Candy rodou mundo afora (no bom sentido!), chegando à America Latina. A série fez um sucesso estrondoso no México (será por quê? ¬¬), Chile, Argentina e Venezuela, e prova disso é que até hoje o anime volta e meia é reprisado em tais países (como dito acima, algumas vezes de forma “obscura”).
E no Brasil?
Candy Candy fez muito sucesso nos nossos vizinhos cucarachos, mas mesmo assim não conseguiu repetir a dose por aqui. O anime estreou no início dos anos 80 na Record, época em que a emissora passava por sua pior crise financeira, estando totalmente descaracterizada e praticamente falida (anos mais tarde o canal seria comprado pela Igreja Universal do Reino de Deus e o resto da bagaça você já sabe…).
Candy Candy rodou por toda a programação do canal, sendo exibido de manhã, à tarde, de madrugada… Enfim, nada mais que um simples tapa-buracos (e acreditem, naquela época haviam muuuuitos deles pois chegavam a exibir a série 3 vezes ao dia!). O único problema era que em pouco mais de um mês a história sempre voltava ao início e nunca tinha um desfecho. A explicação é bem simples: a distribuidora não trouxe a série completa, ou se trouxe, a Record (que como dito, andava na pindaíba) só comprou pouco mais de 20 deles (de um total de 115, ou seja, uma migalha apenas!). Com isso, a série passou quase que totalmente despercebida por aqui.
Um curiosidade que só mesmo o JBox pra revelar: o anime poderia ter sido exibido pelo SBT! Acontece que na época, metade da Record pertencia à Silvio Santos. O homem do bambú comprava sempre “pacotões” de séries e desenhos, e na divisão SBT-TVS/Record, Candy acabou indo pra segunda. Caso o anime tivesse sido exibido pelo SBT é bem provável que houvessem mais fãs (e que o mesmo fosse exibido por completo).
Finalizando…
… Se você é fã das ”Marias” e suas variantes (mesmo que não assuma e assista escondido =P), esse é seu anime. E mesmo quem não suporta os dramalhões mexicanos também não conseguia perder nenhum capítulo, nem que seja pra ver Candy sofrer e chorar o tempo todo. Pimenta nos olhos dos outros não arde, né?
Checklist Episódios
1 As travessuras de Candy
2 Um dia de pic nic
3 Adeus Annie
4 A Carta de Annie
5 Adotada por uma familia rica
6 Um príncipe na colina
7 Pareço uma dama
8 Uma invenção feliz
9 Uma festa esplêndida
10 Uma dama no estábulo
11 Uma pequena cinta
12 Doce Candy
13 Três Solitários
14 O padre Arbol
15 Uma decisão que acaba com a felicidade de Candy
16 Viagem a um pais desconhecido
17 No deserto
18 O crucifixo da sorte
19 Depois de uma difícil viagem
20 Sou mais feliz que uma Alondra
21 O voto de amizade
22 Não temas, Anthony!
23 O Primeiro passeio juntos
24 Meu Anthony
25 Sobrepondo a dor
26 Padre Arbol tudo sabe
27 Uma novidade surpreendente
28 O dolorido coração de Candy
29 Uma partida cheia de esperança
30 Amor através do mar
31 Um novo dia em uma velha cidade
32 A outra colina de Pony
33 Uma aluna invejosa
34 O segredo
35 Um domingo maravilhoso
36 Annie recupera seu sorriso
37 Um encontro inesperado
38 O segredo de Terry
39 O tesouro de enfureceu a reitora
40 Se puder entrar e sair livremente
41 O festival do colégio
42 Um pic nic a meia noite
43 Colégio de verão
44 Laços de sangue
45 Festa para dois
46 Fim de verão vibrante
47 A trama de Elisa
48 Ente paredes frias e espessas
49 A decisão de Terry
50 Partida na bruma matinal
51 Um longo caminho até o porto
52 O hospede no estabulo
53 Amanhecer no Monte Rodmi
54 Southtampton na neve
55 Viajando como clandestino
56 Mal sinal na tempestade
57 O porto através da ventania
58 De volta ao lugar abaixo da neve
59 Mestra dos jogos por um dia
60 Amigo vem com o vento
61 Momento de decisões
62 Uma nova vida
63 Candy conhece abuelo na cidade
64 Um anjo branco muito torpe
65 Tratamento com sorriso
66 Um abuelo imaginário
67 Miena, onde estás?
68 Caem pétalas na primavera
69 Recordações de uma rosa branca
70 Uma noiva muito jovem
71 Um marinheiro na colina
72 Uma criança no quarto especial
73 Um rumor sobre Terry
74 O grande hospital
75 A residência do abuelo
76 A pequena casa das recordações
77 Uma enfermeira muito consciente
78 A melodia de Terry
79 Atrás das candilejas
80 Um encontro muito rápido
81 Terry sem seu rosto
82 Crescem flores em um coração terno
83 O fantasma que joga cartas
84 A dor da guerra no uniforme
85 Uma famílai cheia de ódio e amor
86 O homem que perdeu seu passado
87 Exames para dois
88 Mover ao infinito
89 O desaparecimento do senhor Albert
90 Um pequeno castigo
91 Dois corações amantes
92 Tratamento de choque
93 Um cupido com arrugas
94 Uma viajem para dois
95 Rivais
96 Convite com passagem de ida
97 O reencontro
98 Uma noite estrelada
99 Separação em um dia de neve
100 A plataforma das lagrimas
101 Uma lembrança distante
102- A cruz na colina de Pony
103- Uma viagem longa e difícil
104- Um enfermo não nescessita de um anjo
105- O gentil refugiado
106- O outro assassino
107- Uma grande ajuda
108- Comemoração no vale
109- A verdadeira face da guerra
110- Um amor embaraçoso
111- Relembrando o passado
112- O engano de Neil
113- Pessoas vem e pessoas vão
114- O dia em que Candy vê tudo belo
115- As rosas florecem em Pony Hill

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